about
Com esta peça Fuxan os Ventos apresentam o “alinhamento de classe” do que daquela se chamava nacionalismo-popular. O mundo labrego, historicamente dignificado polo nacionalismo, o trabalho do mar e, especialmente, a classe industrial urbana, consideravam-se os motores principais da causa galega. A transformaçom profundíssima da economia galega das últimas décadas, hipertrofinado a economia de serviços e a turistificaçom, mudou este panorama. No entanto, nom alterou a essência
da cançom, pois as verdadeiras defensoras da naçom procedem sempre das classes exploradas, das pessoas pobres e rebeldes.
lyrics
Reclamamos, por galegos
os nascidos na lameira,
os que na dorna ligeira,
arrancam peixe do mar.
Os que no andaime e no “xunque”
tenhem o progresso escravo,
os que troncham com o arado,
a terra para fazer pam.
Somos nós, gente que leva,
um facho na noite escura,
gente que vai à procura
da sua história virar.
Séculos de fame xorda
na noite pecha perdidos,
afogando a pena em vinho
sem lume para nos quentar!
O lusco c'o sacho ao lombo,
para jantar pam e toucinho,
com o corpo morto, dorido,
sempre do carro a tirar.
Aldrajados, ignorantes,
povo sem lei, divididos
do sangue roxo, vencido,
os caciques a zugar!
Do fundo da nossa noite,
da moura noite dos tempos,
zoam, hoje, novos ventos,
os ventos da liberdade!
Homens de tempos perdidos,
tu, labrego, tu, obreiro,
tu gadeiro, marinheiro,
ponde-vos a caminhar!
Somos nós, e só nós,
os donos do nosso sino,
abrindo um novo caminho
na busca da liberdade!
credits
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Armada,
released December 22, 2022
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