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Sem lugar a dúvidas um dos discos mais surpreendentes da música galega é o “Galiza, Minha nai dos dous mares”(1976) da autoria do ferrolano Juan Pardo, um dos mais conhecidos cantores da música comercial espanhola na altura e hoje fiel apoiante do Partido Popular. Nele musicavam-se poemas de alto conteúdo patriótico como este de Ramom Cabanilhas, o “poeta da raça”. Este autor de Cambados foi um dos referentes da poesia nacionalista de intervençom do primeiro quartel do século XX, dando dimensom de massas ao mito céltico, às epopeias agraristas ou à nova simbologia nacional, como a bandeira branqui-
azul, a fouce e a oliva. Juan Pardo, com um estilo e meios semelhantes aos empregados polos cantores da cançom ligeira espanhola, espalhou esta letra até espaços nunca vistos. A sua difusom nos meios de comunicaçom audiovisuais do estado estivo censurada. Apesar da hipocrisia do cantante (ligado à extrema direita espanhola) resgatamos a peça como parte da nossa memória musical nacional e popular.
lyrics
Irmaos! Em pé, serenos,
a limpa frente erguida,
envoltos na brancura
da luz que cai de riba,
o coraçom aberto
a toda verba amiga,
e numha mao a fouce
e noutra mao a oliva,
arredor da bandeira azul e branca,
arredor da bandeira de Galiza,
cantemos o direito à livre nova vida! (bis)
Validos de traidores
a noite da Frouseira
a pátria escravizárom
uns reis(es) de Castela.
Comestas polo tempo,
já afrouxam as cadeias...
Irmaos assobalhados
de gentes estrangeiras,
ergamos a bandeira azul e branca!
e ao pé da ensenha da naçom galega
cantemos o direito a libertar a Terra!
Irmaos no amor a Suévia
de legendária história,
em pé! em pé dispostos
a nom morrer sem luita!
O dia do Medúlio
com sangue quente e roxo
mercamos o direito
à livre honrada chousa
Já está ao vento a bandeira azul e branca!
e ao pé da ensenha da naçom galega
berremos alto e forte:
“A nossa terra é nossa!”
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Armada,
released December 22, 2022
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